E se hoje fosse o seu último dia?

Entre o caos e o amor, uma lição sobre estar presente no agora.

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Mais uma vez a morte passou pertinho de mim.

Como você se sente ao falar dela?

Eu de novo aqui com esse tema…rs mas confesso que esteve bem presente em minhas reflexões dessa semana.

Quero te contar um pouco do que se passou por aqui, pra que meus desafios sejam inspiração para todos nós.

Essa semana eu consegui uma proeza: Andar de Ambulância do Samu e de Guincho, em situações diferentes, em uma mesma semana. 

Os exercícios para manter o centramento e estado de presença foram constantes!

Como um grande resumo, minha avó, uma mulher potente e super ativa, aos 94 anos (quase 95) teve uma baixa de saúde.

Alguns vai e vêm em médicos até descobrir que ela está com Herpes Zoster. Uma doença que dizem doer bastante!

Com o quadro de imunidade baixa e idade avançada, a doença se desenvolveu muito rápido, e em poucos dias minha avó ficou extremamente fraca, com machucados em todo o rosto e boca, sem conseguir comer, a fraqueza foi tomando conta e a vida foi se esvaindo.

Vi frente a meus olhos, ela, (talvez o maior) amor da minha vida, perdendo as forças.

Das frases mais difíceis que já ouvi, que ela tem repetido constantemente essa semana.

Olhou bem fundo nos meus olhos e disse: “Fê, eu quero morrer. Eu não aguento mais.”

Uma facada no meu coração.

Isso me fez lembrar de um livro da Dra. Ana Paula Quintana: A morte é um dia que vale a pena viver. 

Conheci a Dra. Ana em uma palestra no Fator X Live, que inclusive está disponível no Youtube e recomendo muito:

Naquele momento me lembrei o que é o amor.

Que não é querer a pessoa para si, e sim o melhor para a pessoa.

Perguntaram a Buddha:

— Qual a diferença entre “eu gosto de você” e “eu amo você”?

Ele respondeu:

— Quando você gosta de uma flor, você a arranca. Quando você ama uma flor, você a rega todos os dias. Quem entende isso entende a vida.

Ai ai, o amor…

Com toda certeza minha primeira resposta seria: quero ela aqui comigo. Como alguém que quer arrancar uma flor para si.

Já a verdadeira e mais Divina pergunta seria: o que é melhor pra ela?

Dentre tantas vozes e opiniões, eu me vi confusa.

“Faça o máximo necessário.
Gaste o quanto precisar, dinheiro não importa nesse momento.
Respeite as vontades dela.
Busque medicina X, medicina Y, fale com Fulano ou Beltrano.
Ela não quer comer, então deixa.
Ela não tem que querer, faça o que precisa ser feito..”

→  São tantas vozes dizendo que precisa ser feito, tantos diferentes olhares e opiniões do que seguir, de repente me vi perdida.

Qual é o meu olhar? No que EU, no mais íntimo do meu ser acredito ser o melhor?

Percebi, ao me perguntar isso, que estava me perdendo com as vozes externas, e esquecendo minhas vozes internas.

Hoje deixo a pergunta:

  • Quantas vezes, em conflitos pessoais e profissionais, você tem se perdido de você?

  • Quantas vezes você esquece de se ouvir?

Para te ajudar a transformar essa realidade, sugiro as seguintes reflexões:

1) Silencie! Sempre.

Todas as vezes que o mundo externo estiver exigindo muito de você tire ao menos 5 minutos no seu dia para ficar somente em contato com você próprio(a) e pergunte-se:

“O que eu desejo nesse momento? O que acredito ser o certo a ser feito?”

2) Comunique com amor.

Após silenciar, a qualidade do seu pedido virá de outro lugar.
Como diz Murilo Gun que eu adoro:

“Tudo o que tu faz, contêm tu. Como tá tu?”

Se você estiver bagunçado(a) internamente, as suas falas sairão bagunçadas também.

Organize seus pensamentos e sentimentos. E a partir de uma qualidade de centramento, firmeza, calma, ponderação, e sobretudo MUITA amorosidade, sua comunicação ficará mais clara, e efetiva.

3) Busque auxílio em pessoas que você confia.

Em um dos dias, mesmo com tudo um grande caos, eu parei no meio da tarde e fui conversar com minha terapeuta.

Abrir o coração para então poder reorganizar meus próprios “quereres”. Minhas vozes internas pediam atenção.

E ter alguém que realmente consegue olhar pra você, de um olhar de fora e imparcial, é essencial!

Não passe por seus desafios sozinho(a).

4) Por último mas não menos importante: coloque sempre o amor na frente.

Em todas as suas relações (pessoais ou profissionais), coloque sempre o filtro do amor na frente!

Amo dizer isso porque as bagunças e desentendimentos de comunicação, pilar essencial para toda relação e todo trabalho acontecer, depende de você lembrar que as trocas acontecem com uma outra alma humana.

Um ser humano à sua frente, com todas as dores e desafios de ser, ser humano.
Assim como você.

Já dizia Cristo:

“Ame a teu próximo como a ti mesmo!”

Ambos! Nem só um, nem só outro. rs
Respeitando os limites de cada um.

Fácil? Ninguém disse que seria.
Viemos a esse mundo para Evoluir e, Experienciar o Amor.

As relações e comunicações são excelentes oportunidades para podermos vivê-lo inteiramente.

E assim eu fiz, ouvindo o que meu coração diz, fiz o que acredito ser o melhor pra minha vó. Busquei os médicos que acredito. Conversei. Conversei. Conversei.

E escolhi estar ao lado dela com paciência e amorosidade (por mais difícil que pareça ser). Acolhendo cada sentimento, só estando junto.

“Você não está só!”
As vezes é a única coisa que as pessoas que estão próximas à você precisam ouvir.

Ou melhor:

  • “O que você quer nesse momento.”

  • “Como está se sentindo?”

Perguntas e interesse genuíno.
Ouvir o outro é uma preciosidade que temos perdido ultimamente.

Respeito acima de tudo.
E a vida pede a prova prática. rs

Eu, extremamente contra a ideia de levá-la em serviço público, precisei ser lembrada à força do que é o tal respeito. Em um momento ela insistiu muito:

Quero que me deixe sozinha e que chame o Samu. Não vou sair daqui se não for com o Samu!

Mais uma lição da minha vó:

Pode ser difícil aceitar coisas que não acreditamos ser o ideal, mas muitas vezes, é necessário.

Respirei fundo. E mesmo contra minha vontade, chamei o Samu.

Ao entrar na ambulância, o bombeiro brincou com ela: “Mas 94 anos! Quantas histórias tem pra contar pra gente, hein.

Ela, na cama, mesmo bem fraquinha olhou de volta e disse: “Passa tão rápido!”

É… a vida passa como um sopro frente aos nossos olhos.

Será que estamos verdadeiramente aproveitando o tempo que temos aqui?

Como diz Dra. Ana: 

A morte é um excelente motivo para se buscar um novo olhar para a vida!

Essa semana minha terapeuta fez um exercício bem interessante comigo.

Ela me conduziu em uma meditação onde eu era uma senhorinha de 94 anos, doentinha, me levando a perceber como eu me comportaria.

E acredito que eu seria bem parecida com minha vó. Insuportavelmente chata por não estar mais em um ‘estado independente’. rs

Perdemos coisas simples da vida.

Você se imagina sem ouvir? Sem engolir (qualquer coisa, até saliva) sem dor? Se imagina sem conseguir lavar seu pé, ou enxugar suas partes íntimas ao ir ao banheiro?

Pois é, são em situações como essas que começamos a valorizar mais os pequenos milagres de um corpo saudável.

Agradecer pela oportunidade de estarmos vivos!

E isso me faz pensar: Estamos realmente vivendo ou somente sobrevivendo?

No Meio do Caos… A Tentativa de Uma Pausa

Falei pro Gian meu marido, preciso respirar, descansar.

Ele então comprou uma massagem pra mim. 1 hora de relaxamento.

Agora sim! Vou cuidar de mim!”, pensei.

Enquanto íamos para o local, o carro quebrou no meio da rua. Do nada! kkk

Eita semana!!

Logo num primeiro momento o pensamento: Puxa! Bem no dia do descanso!!

Em alguns segundos o lembrete:

Amanhã pegaríamos estrada. Imagina se o carro quebrasse na estrada?

Graças a Deus que foi hoje e que estamos bem.

É… a vida nos testa logo na sequência.

Em um dia estava eu falando sobre agradecer a vida. No dia seguinte percebendo, através de um carro quebrado num guincho, como Deus age em nossas vidas.

Bora então curtir a oportunidade de andar de guincho! kkk

Tenho todas as respostas de como vou seguir essa e as próximas semanas? Ainda não.

Mas não seria essa a dança da vida?

Fluir com o que é possível, e não com o que convém.

Aprendendo a cada momento como podemos ser mais, e melhor.

Espero que de alguma forma essas reflexões de fim de dia possam ser úteis pra você em sua semana.

Com amor, Fê.

Beijo grande.

Gostou desta edição?

Me deixa saber. 🙂 

É sempre ótimo ouvir vocês. Dúvidas e sugestões também são bem vindas!

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